24 pessoas já morreram no Estado de São Paulo com superbactéria KPC

23/10/2010 10:34

Desde julho do ano passado, 24 pessoas infectadas pela superbactéria KPC morreram no Estado de São Paulo. Nesse mesmo período, 70 casos de contaminação foram confirmados. A informação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), confirmada à Folha pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na noite da última sexta-feira (22).

A pasta, no entanto, ressalta que não é possível precisar se a infecção foi a causa da morte desses 24 pacientes.

Caso sejam confirmadas, São Paulo seria o Estado com o maior número de mortes decorrentes da infecção.

No Distrito Federal, o número de contaminações-no mesmo período-é maior (183 casos). E 18 pessoas infectadas pela superbactéria morreram.

A superbactéria já foi identificada, desde 2009, em pelo menos seis Estados: Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo.

ANTIBIÓTICOS

A Anvisa decidiu redigir até o início da semana que vem uma nota técnica para uniformizar o diagnóstico e reforçar a necessidade de notificação das infecções por bactérias resistentes aos tratamentos tradicionais --a exigência existe há 12 anos, diz o diretor Dirceu Barbano.

A agência também aprovou ontem duas resoluções. Uma prevê multa de R$ 1,5 milhão para farmácias e drogarias que venderem antibióticos sem a retenção da receita médica.

Atualmente, a regra determina apenas que o paciente apresente a receita médica, mas ele pode ir embora do estabelecimento com ela.

Mesmo essa exigência costuma ser descumprida, reconhece a própria Anvisa.

A regra passa a valer 30 dias após a publicação no "Diário Oficial" da União, o que deve acontecer até a próxima quarta-feira (27).

O objetivo é conter o uso indiscriminado do medicamento- apontado pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde) como um dos fatores do surgimento de organismos resistentes, como a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).

A outra resolução obriga clínicas e hospitais a disponibilizarem álcool líquido ou em gel para médicos e enfermeiros limparem as mãos.

O prazo de adaptação à regra é de 60 dias. A fiscalização das novas normas caberá às vigilâncias sanitárias municipais e estaduais.

ESPÍRITO SANTO

A contaminação pela superbactéria KPC no Estado do Espírito Santo foi confirmada ontem pelo Ministério da Saúde. O órgão confirma a existência da KPC no DF, em SP e PA. Segundo a Secretaria da Saúde do ES, o paciente infectado morreu, mas a causa, não seria a KPC.

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FONTE: folhaonline.com.br