Matonense completa 18 anos de peregrinação

Nasceu em Matão, interior de São Paulo. Aos 16 anos foi para Porto Velho, capital de Rondônia, junto com seus 15 irmãos. Lá se casou com Ilda Rodrigues Pereira, com quem teve os gêmeos José Carlos Pereira, hoje advogado, e Cristiane Pereira, professora.

Após ouvir a constatação clínica, Antônio ainda sofreu um acidente.

Ao buscar lenha no mato, por já não enxergar bem, foi atropelado por um trem. Ao voltar para Rio Branco, descobriu que teria que amputar a perna “Aí fui pedir a Nossa Senhora, que se deixasse a minha perna e eu voltasse a enxergar, iria andar a pé pelo mundo por 18 anos, ajudando as pessoas pelo caminho, até Aparecida do Norte”, exclamou.

E o milagre aconteceu. O devoto de Nossa Senhora afirma não ter chegado a voltar para casa, começou a cumprir a promessa do hospital.

O momento está gravado em sua memória.

Após 18 anos de estrada andou cerca de 30 mil quilômetros a pé. Ele gastou 65 pares de tênis, 30 bonés e 25 mochilas.

Chegou a passar pela Argentina, Bolívia, Paraguai, Cuiabá, Campo Grande, Paraná, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

Por onde passou sua história ficou marcada, 515 entrevistas no rádio, 68 televisão, 1.200 em jornal, além de ter recebido ajuda de vários artistas de reconhecimento nacional. “Passei fome, passei frio. Olhava para o céu, aquele sol quente. Mas eu não sinto mais dor. Só dói um pouquinho as costas por causa da pancada do trem”.

Perguntei a ele sobre saudade e me respondeu: “Está longe da família é o pior”, sorri.

E foi questionado sobre missão e respondeu sorrindo: “Missão não acaba nunca”, exclama. E termina dizendo: “Eu sou o Romeiro que mais andou pelo mundo”. E foi com bastante fé, amor e confiança que ele terminou sua promessa a Santa que foi achada nas águas do Rio Paraíba do Sul em 1717 por pescadores, que descoberta que era uma santa, fez um milagre a eles, enchendo a rede de peixes. Onde hoje está localizado o Porto Itaguaçú em Aparecida é o local que os pobres pescadores a acharam, que antes fazia parte da cidade de Guaratinguetá e logo depois venho fazer parte da cidade de Aparecida do Norte.

(Colaboração: Marcos Castilho)